Retração afetou principalmente a educação infantil, que registrou uma queda de 600 mil matrículas
As escolas privadas brasileiras perderam cerca de um milhão de alunos desde o início da pandemia de Covid-19. O número corresponde ao fechamento de quase 10% nas matrículas, de acordo com o jornal O Globo. Ainda segundo a reportagem, a queda foi maior junto ao segmento da educação infantil, que registrou uma queda de 600 mil matrículas, sendo 298 mil em creches e 308 mil na pré-escola, uma retração de 21% e 25%, respectivamente.
De acordo com especialistas ouvidos pelo periódico,” a educação infantil é uma etapa escolar que muito dificilmente pode ser adaptada para o ensino remoto, já que crianças muito pequenas têm pouca ou nenhuma autonomia para estudarem sem acompanhamento especializado”.
O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, Bruno Eizerik , ressalta que muitas escolas privadas encerraram suas atividades em meio à crise resultante da pandemia e a demanda provocada pelo retorno das aulas presenciais não foi acompanhada pelo setor. “As que conseguiram manter as portas abertas estão recusando alunos por falta de vagas”, disse Eizerik.
A diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV-RJ e ex-secretária municipal de Educação do Rio, Cláudia Costin, observa que o problema também afetou a rede pública, que não estava preparada para receber os estudantes oriundos da rede privada.
“Nesse ano, quando essas crianças chegaram no 1º ano do fundamental, essas famílias procuraram a rede pública, que, em alguns casos, foram pegas com um planejamento subdimensionado. Em São Paulo, por exemplo, faltou vaga porque ninguém tinha calculado essas crianças”, afirmou.
Imagem: arquivo Sieeesp
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